Há uns dias que tenho tido muitas lembranças de pessoas que amei e que partiram. Que partiram voluntariamente e involuntariamente. Especialmente minhas duas avós, a materna e a paterna. Lembranças de minha infância quase solitária, se não fossem 3 primos maldosos, quase sádicos, que brincavam e brigavam muito comigo e que hoje são pessoas que gosto muito. Lembranças de brincar na linha do trem em Éden, que de paraíso, na verdade, tinha muito pouco, a não ser aqueles momentos mágicos que eu podia correr livremente entre os dormentes de madeira velha, que eu considerava o verdadeiro Jardim do Éden. Da casinha de telha da vovó Carlinda, que quando chovia forte, parecia que ia desabar. O barulho era ensurdecedor. De como a Dona Carlinda era durona. Mulher guerreira, desbocada e brigona. Mas muito amorosa. Do macarrão vermelho, que ela só fazia quando íamos lá. Do cheiro de perfume Avon que ficava pela casa depois q ela tomava banho. Da felicidade estampada em seu rosto quando, a ú...