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Mostrando postagens de março, 2021

Canção Sem Nome é o retrato de um passado de dor e atraso do nosso continente, que supostamente foi deixado para trás com a derrubada das ditaduras.

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  De todos os horrores implementados pelas ditaduras militares na América Latina, um que ainda tem suas feridas abertas de forma bem contundente é o sequestro de crianças -   filhos dos opositores mortos em guerrilhas ou em salas de tortura - ou mesmo daquelas famílias muito humildes que não tinham recursos ou possibilidades de erguerem suas vozes na tentativa de recuperar seus bebês, retirados dos braços da mãe ainda no berçário. É sobre essa última condição que “Canção sem Nome” aborda a questão. Baseados em eventos verídicos, acontecidos durante os anos de chumbo peruano no final dos anos de 1980, o roteiro nos mostra o drama da jovem índia Georgina, muito pobre, que vende batatas em uma feira livre para tirar seu sustento. Grávida e sem recursos para uma clínica particular ou qualquer ajuda profissional para o parto de seu bebê, ela escuta um anúncio na rádio comunitária local de uma clínica gratuita exclusiva para mulheres grávidas. Após o dia de trabalho, Georgina vai até a clí

A exploração do passado e do presente quando três homens se adentram em uma floresta mítica em busca de um futuro sólido.

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  Estamos diante do novo filme do maior diretor de cinema da história das Filipinas, o que não é pouco, visto que o pais tem uma imensa tradição cinematográfica com nomes importantes como Lino Brocka, cujo currículo carrega mais de 40 filmes; e o grandessíssimo Brillante Mendoza que em 2009 levou a Palma de Ouro de Melhor Direção no Festival de Cannes e tem filmes majestosos em sua carreira.   Mas o que faz de Lav Diaz o nome mais importante do cinema em seu pais? Para começar Lav Diaz não faz filmes, ele compõe trilhas, produz, fotografa, monta e dirige verdadeiras obras de arte para cinéfilos. Seus filmes são feitos em preto e branco, com tomadas longas, atores poucos conhecidos (ou até amadores) e com duração que ultrapassa fácil três horas de exibição. Portanto, são filmes para ser vistos de preferência em cinemas, o que normalmente acontece em Festivais e Mostras cujo público fiel é o do amante inveterado da sétima arte. Dito isso, vamos falar de “ Lahi, Hayop ”, traduzido aqu

Com narrativas fortes, eficazes e elegantes, duas estreias da Netflix nesse mês são sobre perdas, tentativas e esperança.

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  Não conseguir ter ou perder um filho logo após o parto. Esses dois sentimentos que podem modificar a vida dos casais, com reflexos e consequências semelhantes, são explorados em dois lançamentos da Netflix A empolgação do casal diante da gravidez, a felicidade de ver o feto se desenvolvendo no útero materno a cada visita ao médico, ou a esperança da notícia de estar grávida ao final de todas as tentativa de fertilização em clínicas cada vez mais caras, e sempre com estresse emocional nas coletas ou nas investidas naturais de se ter o bebê. “Pieces of a Woman” e “Quando a Vida Acontece (Was Wir Wollten)” vão te levar ao fundo de todos essas esperanças e desconsolos. Dos filmes que destacaram na premiação do Oscar de 2020, foi o de Sam Mendes que mais me chamou a atenção, “1917” parece feito em tomada única, da primeira à última cena de filme fica a impressão de que o diretor de fotografia ligou a câmera e não desligou mais até a entrada dos créditos. Claro que houve cortes e que f