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Mostrando postagens de abril, 2021

A premiação máxima de Hollywood antenada nas vozes negras e femininas de uma grande geração de artistas, pela frente e por trás das câmeras

Hoje a noite acontece a mais famosa premiação da sétima arte no mundo. Longe de ser a mais justa ou com as melhores produções, é sem dúvida a mais glamorosa e a mais assistida, e a única exibida, mesmo que parcialmente, ao vivo por um canal aberto no nosso país. Todavia, e principalmente para aqueles que veem o cinema apenas como entretenimento, ficar sintonizado nos indicados e vencedores dessa 93° edição do OSCAR é fundamental, pois estão em voga as grandes produções hollywoodianas do ano que atualmente podem ser apreciadas pelos streamings disponíveis aqui no Brasil, na sua esmagadora maioria. Esse ano a cerimônia conta com dois fatores interessantes, é a primeira vez que duas mulheres concorrem na categoria de melhor direção (Chloé Zhao  por Nomadland e Emerald Fennell  por Bela Vingança), e a quantidade e qualidade das produções feitas por negros com temáticas sobre o racismo jamais foi tão alta. Dito isso, tentarei ser o mais breve possível nas análises para que o texto não fi

Notturno não é um filme de guerra; é sobre a vida de vários indivíduos por ela devastados e que não sabem se amanhã estarão vivos.

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Se Eric Hobsbawm estivesse entre nós provavelmente usaria o Brasil atual como tema de seu livro, cujo título poderia ser “Brasil – A Era do Genocídio”. Jamais poderíamos imaginar o que estamos vivenciando. Somos vistos no exterior como um povo digno de pena liderado por um psicopata genocida. A visão que o mundo lá fora tem de nós em termos de compaixão, é a mesma que tínhamos ao ligar o noticiário daqui e nos depararmos com as vítimas do terremoto no Haiti, onde 300 mil pessoas foram enterradas sem nenhuma condição cerimonial em 2010. Ou mesmo o tsunami da indonésia, em que víamos filas quilométricas de gente passando fome, e mais de 220 mil vítimas fatais. Mas essas em razão da força da natureza. Aqui, pelos números proporcionais a outras nações, em razão de um genocídio sem precedentes articulado pelo governo, que na figura do nosso repulsivo presidente da república, já havia dado entrevista anos antes dizendo que “somente um número muito elevado de mortes, daria jeito na nação”. H

O Incêndio na Boate Collective em Bucareste é apenas a ponta de um Iceberg que irá afundar todo o governo federal da Romênia.

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  Já faz alguns anos que o cinema romeno vem com o objetivo de denunciar descasos e corrupções de seu governo, em geral mostrando as trágicas consequências que esses atos trazem para a população. Collective , que concorre a dois Oscar esse ano (melhor documentário e melhor filme estrangeiro), é um alerta assustador das proporções que podem tomar uma adulteração em um desinfetante hospitalar para a obtenção de lucros pessoais a políticos e empresários. A primeira cena do filme, é assustadora, aterrorizante, e totalmente real. Aqui no Brasil vivenciamos isso na Boate Kiss, na Cidade da Santa Maria/RS. Um show de Rock dentro de um ambiente fechado, ao fim de uma música são acesos fogos de artifício com efeitos pirotécnicos, o vocalista da banda olha para o teto da boate e alerta: “Olha, parece que temos um pequeno incêndio, esse fogo aí em cima não faz parte dos nossos efeitos especiais”. Em menos de 10 segundos o fogo já se espalhou por todos os lados, gritos de desespero e horror são