Lembrança de uma mente inquieta

Aqui,
e mais uma vez, o diretor explora o lado emotivo da mente humana, e faz um
paralelo entre a verdadeira atração que sentimos por alguém, e aquela afeição
inconsciente e automática que nos é posta pelos padrões de beleza e aceitação
aprovados pela sociedade. É ao mesmo tempo bonito, profundo e assustador, pois
investiga a rotina cotidiana da busca pelo amor, a solidão e especialmente a
ansiedade.
O
Protagonista principal é um escritor deprimido cujo único best seller é um
livro de autoajuda usado por grandes empresas intitulado “Como posso ajudá-lo a
ajudar?", que se tornou meio que leitura obrigatória nos departamentos de
vendas de produtos e serviços. Sua rotina profissional é viajar pelo país ministrando monótonas
palestras para grupos desinteressados e iguais. Aproveitando que seu casamento
não vai bem e que vai estar numa cidade onde mora uma ex-namorada que não vê há
anos, o palestrante pensa em quebrar a rotina, entrar em contato e marcar um
encontro. Mas o que vê é somente mais do mesmo, todos tem a mesma voz, as
mesmas características, as mesmas falas. De volta ao hotel, pensando em dormir,
ele ouve uma voz diferente de todas as demais, e nesse momento ele começa a
perceber que todas as nossas atitudes e decisões são feitas quando usamos uma
máscara, nunca somos nós mesmos trabalhando com nossas reais necessidades e
sentimentos. E observando ao redor, o protagonista começa a perceber que vive
num ciclo vicioso e repetitivo, e que sua própria vida passou a ser quase
totalmente uma cópia da ideia do seu próprio livro – Posso te ajudar? – onde o
serviço prestativo dos hotéis e os pedidos de autógrafo se baseiam na mais pura
ideia de uma cultura americana vazia onde atitudes falsamente amigáveis nos dá
constantemente a sensação de estarmos rodeados de pessoas interessantes, quando
na verdade o interesse é que prepondera nessas relações.
O
problema da incapacidade de conexão de pessoas nas grandes metrópoles é vista
sob um ângulo objetivo, e ao olhar no espelho o personagem adulto se pergunta
pela primeira vez na vida, quem é esse?
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