Onde está o amor? (by Gian)
Em todos os cinemas e festivais por que passou, por todos os
continentes do globo terrestre, “Medianeiras” se autodenominou nas propagandas
como um filme de comédia romântica, tanto que o título leva o complemento de “Buenos
Aires na era do amor virtual”. Mas já no primeiro minuto de filme a gente
percebe que não é bem assim, o monólogo de abertura já denuncia o que vem pela
frente: Numa época onde a tecnologia nos proporciona grandes confortos e
divertimentos sem sairmos do nosso quarto, também nos traz a solidão, uma vida
sem rumo rodeada de estresse e sedentarismo.
O filme não é de amor, é da busca por alguma forma de amor; passa-se
na vida de dois solitários e confusos jovens, que saíram de um longo
relacionamento e estão sós dentro de seus apartamentos na eterna monotonia diária,
convivendo em uma Buenos Aires cada vez mais desumanizada, tanto na sua
arquitetura quanto na sua tecnologia.
Eles são vizinhos, mas não sabem disse. Ela é arquiteta, mas
ganha a vida decorando vitrines; ele web designe com quase nenhum serviço; ela claustrofóbica,
ele hipocondríaco.
Duas vidas que se cruzam pelas ruas da cidade sem se
perceberem, ambos tendo em comum a esperança de uma mudança, de um alguém para
dividir bons momentos, para resgatá-los com extrema urgência do fundo do abismo
da solidão, e se possível que seja a tão sonhada alma gêmea. Qualquer
semelhança com roteiros do Woody Allen não é mera coincidência, e o resultado
final é um belo filme. Recomendo!
Gostei muito!
ResponderExcluirLembrei!!!
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