Mídia X Venezuela (By Gian)
Uma pena que a maioria do nosso povo ainda não se “vacinou”
contra as mentiras contadas por quase a totalidade da mídia nacional, e tudo
que é visto em “jornais nacionais” da vida é posto em redes sociais e conversas
do dia-a-dia como se fosse a verdade das verdades. Mas tenho que admitir que é
muito difícil não se influenciar, em qualquer canal aberto – e na maioria dos
pagos - os noticiários distorcem a verdade ou mentem descaradamente, o ódio
contra a distribuição de riquezas e contra qualquer tentativa de diminuir a
desigualdade social é visto como ameaça aos detentores de poder: sempre o mesmo
pequeno grupo de pessoas que possuem mais de noventa por cento das riquezas do
país, e que controla de forma direta os nossos principais meios de comunicação.
Mas graças a Internet podemos ser vacinados: quem quer notícias de verdade
consegue! Temos mídia responsável em muitos países do mundo, e Sites e Blogs
nacionais muito sérios, compromissados somente com a verdade.
Estou dizendo isso tudo porque senti vergonha da cobertura
feita pelos nossos jornais (escritos e televisivos) sobre as manifestações da Venezuela
contra o “chavismo”, dizendo que juventude venezuelana se cansou e foi
pras ruas derrubar o governo de Nicolás Maduro. Se fossem verdadeirom os
relatos sobre esse cansaço por parte da juventude, o chavismo deveria ter sido
derrotado nas urnas há bastante tempo, pois 60% da população venezuelana tem
menos de 30 anos de idade. O chavismo venceu 18 das 19 eleições disputadas
desde 1998. E não há mais como chorar dizendo que as vitórias vem do grande
carisma de Hugo Chávez. Nos últimos comícios municipais de dezembro, a dez
meses de seu falecimento, o chavismo ganhou com dez pontos de vantagem, uma
distância impressionante depois de três quinquênios no poder. Para quem
continua acreditando na teoria de fraude eleitoral, é bom lembrar que a
idoneidade de cada processo foi atestada por um imenso time de observadores
estrangeiros e pela comunidade internacional. A eles também se somam chefes de
Estado pouco simpatizantes ao chavismo, como o colombiano Juan Manuel Santos, o
chileno Sebastián Piñera ou o mexicano Peña Nieto. Até mesmo a delegação do
Parlamento espanhol validou a vitória de Nicolás Maduro em abril de 2013,
inclusive com a assinatura dos dois representantes do Partido Popular. Não
precisa estar na Venezuela para saber que esse protesto vem de jovens
representantes das classes mais altas do país, além da casta empresarial, que
continua detendo um gigantesco poder. E esse setor é minoritário frente às
classes populares, que representam mais de 60% da população. Nos últimos anos a
Venezuela foi o país da América Latina que mais distribuiu renda e conseqüentemente
diminuiu as desigualdades sociais, e não sou eu que estou dizendo isso, são
dados da ONU. Os ricos acumulam derrotas sucessivas nas urnas, e agora mandam
suas crianças as ruas, e ainda pedem auxílio às mídias direitistas do mundo
querendo mostrar o que não existe: uma maioria descontente. Cuidado com o que
assiste na TV, você está sendo enganado.
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