Copando (by Gian)
Nossa seleção foi um fiasco, calou o Mineirão por vinte
minutos em um massacre sem precedentes na nossa história futebolista. A
vergonha da copa de 50 virou peixe pequeno, o mundo riu da nossa seleção, e o resultado
vai refletir radicalmente na estrutura do nosso futebol, famoso por exportar matéria
prima para o mundo, em especial para nobres clubes europeus, e depois tentar
reunir em pouco espaço de tempo os que mais se consagraram em gramados
internacionais. Formula que parece não estar mais dando certo! O fato é que
tirando o apagão da seleção brasileira a copa foi um sucesso nos país do
futebol, calando a boca daqueles que torciam pra que tudo saísse errado, para
que os aeroportos parassem, para que arrastões ocorressem, para que estádios
tombassem, e etc. Demos exemplo de hospitalidade e fomos bons anfitriões. O Rio
de Janeiro virou um Estado internacional, o português era somente uma entre
muitas línguas que eu ouvia no metrô, nas barcas, nos bares ao redor do Maraca
ou caminhando no Centro da cidade. Os maus exemplos vinham uma vez ou outra de
uma classe média que se julga elitista mas que ainda não está preparada pra o
convívio de uma organização desse porte. Nas redes sociais as burrices não
paravam: Copa Comprada pelo Governo Para se Reeleger, ou textos imensos
totalmente mal formulados e mentirosos repassados por pessoas totalmente
alienadas de qualquer tipo de conhecimento e informação. Nos estádios também se
operou alguns tipos de ignorância pelas mesmas pessoas que infestam as redes
sociais de burrices, um exemplo do que digo foi a vaia dada aos irmãos chilenos ao continuarem
o canto do seu hino quando o mesmo já havia terminado oficialmente. O povo do
Mineirão naquele dia, contra o Chile, deu um espetáculo deprimente; e pode
assistir um baile alemão alguns dias depois. Foram bem pagos! Podia ser de 10. Minha
terra, minha gente, é bem maior e melhor do que isso. Perdoa, Chile!
Não torci contra o Brasil em nenhum jogo, e assisti a todos,
sempre brincado de bolão e tomando minhas cervejas. Todavia, a derrota não me
trouxe tristeza, pois não compactuou com o sucesso dos jogadores-de-empresário
patrocinados pela CBF e pela rede Globo, cuja vitória simbolizaria o triunfo de
um sistema viciado que manipula e apodrece o futebol nacional. E outra coisa -
agora adentrando ao meio político - não acho que mesmo que fôssemos campeões do
mundo, isso seria positivo para a reeleição da Dilma. Primeiro porque a história
já nos mostrou a desconexão entre uma coisa e outra. Segundo, e mais
importante, porque o voto nesse ano atribulado tende à ruptura de expectativas
e condicionamentos. O eleitor susceptível a tais influências parece mais
propenso a votar seguindo um viés oposto a seus estímulos de torcedor do que
alinhado com eles.
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