O silêncio precisa ser ouvido (by Fabi)

 

Considerada a doença do século, mas tão incompreendida pela maioria da sociedade, a depressão e suas vertentes, como  TOC, transtorno bipolar e transtorno da síndrome do pânico, a cada dia afeta mais as pessoas. Ele chega silenciosa, você pensa que é forte, que pode superar sozinho, ou que é apenas uma tristezazinha pq terminou um namoro, pq se aborreceu no trabalho, pq tá sem grana p/ sair pra balada. O portador de depressão sabe que tem, mas não consegue explicar o que tem. Doenças da alma conseguem trazer o inexplicável à tona.
Recentemente o cinema perdeu o comediante Robbin Willians que, vítima de uma depressão profunda, deu fim à sua vida. Isso parece que acordou o mundo para um problema, muitas vezes tratado como preguiça, frescura, sensibilidade boba.
Quero que você, querido leitor, que nos acompanha aqui no blog há mais de 5 anos imagine o que é ser portador de uma doença que só é amenizada com auxílio de umas meia dúzias de pílulas, que podem te trazer de volta ao mundo real, imagine também que você possui uma doença que não é diagnosticada com um simples raio x ou exame de sangue, uma doença que é interpretada por todos como uma simples tristeza.
Quem tem depressão sofre silenciosamente, definha silenciosamente, morre silenciosamente. Pq não é compreendido, nem é aceito. Quando eu contava à pessoa que eu mais amava, algumas situações constrangedoras pelas quais passei, graças ao transtorno da síndrome do pânico, tais como: não conseguir comer em público, pq ela vinha acompanhada de agorafobia, não conseguir algo tão simples, como subir as escadas rolantes de um shopping ou atravessar a ponte Rio/Niterói sem desencadear uma crise horrível, tudo era motivo de uma piadinha. Não há respeito pelo doente depressivo. Houve dias em que abrir os olhos era um sacrifício tamanho. Você quer amar, quer ser alegre, quer trabalhar, mas não encontra forças para levantar da cama. A sua vida perde o sentido. Você se torna melancólica, intolerante com as pessoas e precisa de um refúgio. O meu foi ao lado dos animais. Me ajudaram, me amaram, me fizeram companhia e por isso lhes sou grata e os amo todos dias um pouco mais. Meus amigos (os verdadeiros, os que não se afastaram), tiveram papel importante em minha parcial recuperação. Minha médica maravilhosa que, sem ela, talvez hj ainda estivesse definhando numa cama, foram determinantes.
Hj me sinto mais sensível aos problemas alheios e estamos criando um blog de ajuda aos doentes de depressão e suas vertentes. Pq vocês não fazem ideia de quantas pessoas pedem socorro pelas comunidades e grupos virtuais. Gente que passa a noite insone, assim como eu passo, que só quer uma palavra de apoio, de carinho e não sabe onde buscar. Em breve, colarei o link aqui, caso queiram seguir, será de grande ajuda.
A vida não é cor de rosa para todo mundo, meus amigos. Para muita gente ela ainda é cinza.

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