Crime passional: amor? (by Fabi)


É sabido que as principais vítimas dos crimes passionais são as mulheres. No entanto, essa semana, a ordem da coisa foi invertida, quando uma mulher, num acesso de "paixão", matou o amante num motel em Niterói. As mulheres tendem a ser mais resistentes, pois historicamente, a educação lhes dá mais tolerância e assim sendo, perdoam uma infidelidade com mais facilidade, ou atentam contra a própria vida. E isso me fez pensar em como as pessoas estão doentes, carentes, sem conhecimento do que seja amar o outro. Convertem em tragédia o fim de uma relação, por não aceitarem o rompimento, uma traição, o abandono.
Se amor e ódio estão intimamente ligados, o crime passional torna-se a forma mais visceral de se exteriorizar isso. Na Idade Média matar por amor, era romantico...Praticamente uma ode!
Nosso arcaico código penal, durante décadas, livrou a cara de muitos assassinos frios, com a legítima defesa da honra, onde lavava-se a honra com sangue... Quando, ao se matar por egoísmo, egocentrismo, apoiado na "perda da dignidade", dava ao indivíduo, geralmente do sexo masculino, o direito de ceifar a vida da companheira. A honra, nesse raciocínio, é só do homem. É como se a mulher fosse um prolongamento desse sujeito.
A verdade é que amor não combina com obcessão, insanidade, egoísmo.
Uma relação saudável é calcada, acima de tudo, sobre o respeito, a amizade e o carinho pelo outro. Quando a linha tênue que separa o sentimento doentio de fugaz paixão é ultrapassada, o alerta deve ser ligado.
O amor não sobrevive ao desrespeito.
Na verdade, NADA, sobrevive ao desrespeito.

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