Um Milhão de Amigos ( By Cristiane)

Sei que já foi comentado por aqui, mas não posso deixar de falar no espetacular filme “Rede Social”.

Aluguei-o ontem sem muitas expectativas sobre seu conteúdo, visto que já foi dito e desdito quase tudo sobre seu desenrolar. A surpresa veio no roteiro por não só mostrar, como eu imaginava, um retrato da vidinha egoísta de Mark Zuckerbert, playboy nerd bilionário criador do facebook, mas pela análise curiosa que faz sobre a amizade digital, onde se pode ser amigos de todos e de qualquer um sem ser amigo.

O desejo “de fazer parte”, de estar entre os bam bam bans, foi o motivo que fez o palyboyzinho de classe média alta criar um clube virtual e ser reconhecido entre as gatas da faculdade. Feio e sem atrativos, resolveu primeiro ofender a quem amava, deu sorte, foi contemplado com uma idéia boa e se tornou popular e antipático, perdendo assim a namorada e seu melhor amigo. É o fim da pouca ética que havia.

David Fincher mostra a deslealdade em forma de ambição. No filme não há aquelas tomadas apelativas nas lágrimas ou nas expressões faciais dos personagens, características quase que dominante nos dramas norte-americanos, seu decorrer é suave, sem trilhas sonoras de impacto, sem apelações e sem compromisso de agradar ao público, e é isso que impressiona!

O filme termina com Mark Zuckerbert clicando insistentemente (raivosamente?) sobre a foto da ex-namorada. Arrependimento? Ciúme? auto-análise? Um amor vale a pena diante da fama? Diante de um milhão de amigos virtuais? Há um limite para o desejo, para a ambição?

A rede social define um modo de vida? Muda o que você é diante seus amigos? Sua frase na página principal fará as pessoas gostarem mais de você, fará de você uma pessoa culta, atrativa, inteligente?

Fabuloso Fincher com sua Rede Social. De 1 a 10? 11.

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