13ª Emenda (13th)
Hoje em dia, ao dialogarmos sobre
cinema, é inevitável o assunto do forte impacto das atuais exibições via
streaming, em especial a NETFLIX, que já conta com mais de 100 milhões de
assinantes mundo afora que ainda compartilham senhas e perfis com amigos e
familiares. Com todos os prós e contras, a NETFLIX tem uma força comparável com
as que tinha as locadoras de VHS nas décadas de 80 e 90, e com o chamariz a
mais de que a maior parte da sua arrecadação está sendo utilizada para produções
próprias, que vão dos Blockbusters ao cinema alternativo, passando até pelo de
garagem. A questão que surge com impacto
é se vale a pena ou não pagar em média trinta reais mensais para ter acesso aos
serviços do provedor global mais famoso de filmes e séries. Sempre respondo que
vale a pena sim, em especial pelos documentários originais da casa.
Independente ou não de você não gostar de séries, assim como eu, ou não achar
animador seu conteúdo quase nulo de clássicos do cinema mundial, a NETFLIX
revolucionou o gênero documental, e se a pessoa vem me dizer que não curte esse
gênero, eu cordialmente peço para começar a ver alguns em questão e tentar
mudar esse conceito. O primeiro que indico, é “A 13ª Emenda”, que não é
só um belo filme, é um documento necessário para o bom entendimento do
preconceito racial e do sistema carcerário dos Estados Unidos. A diretora afrodescendente
Ava DuVernay (Selma: Uma luta pela Liberdade) começa a obra questionando o porquê
dos EUA que tem 5% da população mundial em seu território, ter 25% dos detentos
de todo o mundo enjaulados nas suas penitenciarias; e de forma didática e de denúncia,
com testemunhos de intelectuais,
políticos, assessores, lobistas, jornalistas e especialistas em assuntos tão
diversos quanto história ou economia, ela constrói um quadro chocante da
política adotada pelo governo de por medo na população e enjaular de forma
perpétua cidadãos pobres e negros. A partir disso a diretora explica de forma equilibrada
como prisioneiros negros foram usados para reconstruir a economia do Sul após a
Guerra Civil, o surgimento da Ku Klux Klan, a onda de linchamentos,
enforcamentos e assassinatos em massa de negros e toda a segregação construída
com a ajuda da mídia e do próprio cinema. O filme foi selecionado para abertura
do festival de Nova Iorque. Imperdível Nota, 9,5
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