O Insulto (L'insulte, 2017)


Contando os altos e baixos e os prós e contras, uma coisa é incontestável nos 13 anos de governo do PT no executivo nacional, a população se dividiu em esquerda e direita, coxinha e mortadela, golpista ou petralha.  Qualquer que seja o modo que você se posicione (ou não se posicione), vão te enquadrar numa dessas categorias. E quando dois indivíduos no extremo dessas posições de encontram, seja numa roda de chope ou em um papo de desconhecidos dentro do transporte público, a coisa ferve, e se não houver aquela turma do “deixa disso”, o bateboca termina em tapas e bofetões. E foi apenas pouco mais de uma década de uma “esquerda” que jamais havia sentado no trono principal de Brasília. Imagina agora um conflito internacional de 70 anos, envolvendo além da política, disputa de território, guerras, terrorismo, e extremismo religioso? É nesse clima de tensões extremas, em um bairro de refugiados libaneses, que um insulto toma proporções gigantescas, e pode inclusiva ameaçar qualquer acordo de paz negociado há anos entre várias nações. O filme do aclamado diretor libanês Ziad Doueieri constrói degrau por degrau, a escada de um problema que seria facilmente solucionado se não fossem as divisões, os conflitos, os costumes, e acima de tudo o preconceito com o próximo que não conhecemos pessoalmente, mas que carrega em sí todo um ódio cultivado em anos de uma política agressiva que o que menos faz é dialogar com aqueles que sofrem suas reais consequências. Kamel El Basha, levou a estátua de melhor ator no Festival de Veneza, e foi o primeiro filme libanês indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Nota 8,0 

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