O Triste Fim de Lars Von Trier ( by Gian)


Se alguém me fala eu não acredito. Mas vi! Vi sair da boca de um dos maiores gênios cinematográficos da contemporaneidade: Sou nazista! Depois de tentar explicar sem sucesso, que concordava com algumas das idéias de Hitler.
Que momento infeliz na história da sétima arte, que momento triste na história de um homem que revolucionou o cinema independente, que fundou o movimento “Dogma 95”, fazendo algo totalmente inédito, na contra mão das produções enlatadas e repetitivas que saia de Hollywood. Trier trouxe cinema de verdade, pra gente grande.

Lembro de Nova Friburgo, de uma locadora pequenina e alternativa chamada “Paradiso”, onde me deparei com “Europa”, longa metragem dirigido por um cidadão dinamarquês de nome difícil de pronunciar e escrever: Lars Von Trier, em que o filme começava com uma contagem regressiva, uma voz forte que dizia lentamente: “Faltam quinze segundos pra você entrar na Europa; Faltam dez segundos para você entrar na Europa”...e começava algo novo, moderno, de impacto. Esse mesmo gênio que criou estilo único conseguiu terminar sua brilhante carreira numa entrevista idiota em Cannes.

Péssimo, escroto, humilhante. Perdeu em segundos todo a genialidade, toda ousadia de um trabalho de anos. E foi falar justo onde? Em CANNES, onde toda cultura cinematográfica judaica é tradicionalmente exemplar, onde fora exibido inúmeras obras denunciando esse anti-semitismo, os preconceitos, a raiva. Pobre Trier, agora “persona non grata” no festival mais famoso de cinema da França. Se público e crítica da sétima arte fizeram cair no ostracismo por anos e anos diretores como Elia Kazan por colaborar com o Macarthismo, imaginem o que não farão, e com razão, com um nazista assumido. Cavou-se a própria cova.

Triste para o cinema, para a cultura, para o mundo. Acaba-se Lars Von Trier.

Comentários

  1. Já li!!!
    Adorei!!!
    Beijossss

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  2. Mas, apesar de tantos comentários "inoportunos", o organização do evento já avisou que punirá o diretor, não seu filme. Diretor, este, considerado pelo festival "persona non grata". Seria cômico se não fosse trágico, my friend....

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