O sonho de ser escritor (by Gian)
Atores não me levam ao cinema. Tenho alguns que adoro é
claro, profissionais que sozinhos já dão graça e levantam qualquer roteiro,
valendo mesmo o preço do ingresso. Mas minhas escolhas raramente caem
exclusivamente sobre atuação. Todavia, dessa vez foram eles que me chamaram a
atenção para o filme “Being Flynn”. Duas feras de
fazer cair o queixo no mesmo filme, o já consagrado em tudo que é canto do
mundo Robert De Niro, e o relativamente novo, mas que já vem mostrando suas
asinhas de genialidade Paul Dano. E ainda de sobra tem a ótima Julianne Moore
que mesmo com pequena ponta rouba as cenas quando aparece. E aí meus amigos, o
filme é show de atuação. Não sei quem está melhor. Vi duas vezes, uma sem
legenda, só para não perder uma expressão facial, um gesto, uma palavra.
O diretor Paul Weitz, que até então era mais conhecido por
ser irmão do Cris Weitz (de Lua nova, saga Crepúsculo), fez o que tinha que
fazer: não se meter, não atrapalhar, deixar os atores à vontade para darem tudo
de si. E dão, há muitos anos não vejo De Niro num papel tão denso e difícil, e
Dano, que transforma água em vinho onde quer que atue, está impecável.
O roteiro é baseado em fatos reais, tirado do livro de
memórias do poeta e dramaturgo Nick Flynn, que narra sua difícil infância sem o
pai, e o drama vivido ao encontrar o mesmo, dezoito anos depois. É um drama
social de uma família de sonhadores que não subiu os degraus que desejavam, é
uma espécie de “A procura da Felicidade” que deu errado, as barreiras do
dia-a-dia não foram vencidas.
Se não fossem as atuações poderia ser cansativo. O filme não
foge daquelas características batidas que tentam fazer emocionar, como o close
exagerado do rosto em certas cenas, ou a músiquinha triste de fundo. Mas tem
seu valor, não vai passar na sessão da tarde.
Comentários
Postar um comentário