Mulher. ( by Fabi)

Eu preciso de tão pouco p/ ser feliz, que eu acho que me encaixo na categoria medíocre da vida. Eu não vivo a vida como se ela fosse uma festa prestes a acabar, por isso a velocidade da diversão. Meu ritmo hoje é mais cadenciado, já deixei o taquicárdico pra trás há muito tempo. Deve ser por isso que ando sendo constantemente ultrapassada. Se a vida é uma corrida contra o tempo, sou dessas que à passos lentos vai perdendo posições nela. Eu sei que a vida não é como um filme, não há um roteiro certo a seguir. Mas também viver à revelia de quaisquer coisas não faz parte de mim. Não vivo cercada de pessoas, não sou feliz 24 horas por dia e sou nostálgica. Por vezes gosto da solidão e não vejo mal algum nisso. Choro assistindo filmes, ouvindo músicas e quando lembro de algum momento feliz. É isso mesmo. Fantasio que um dia vou estar em definitivo com o amor da minha vida e fico ofendida se me dizem o contrário. A fantasia é minha e ninguém tem que meter o bedelho nela. Nunca tomei um porre, nem fumei maconha, ou usei qualquer outra substância q me deixaria arrependida depois, sou careta demais p/ isso. Prefiro estar de cara limpa sempre! Sou ciumenta convicta, mas em processo lento de cura. Amigos eu tenho bem poucos. Daqueles que eu consigo contar nos dedos de uma mão apenas. E me orgulho disso. Não preciso de muita gente p/ chorar no meu enterro. Acho tão juvenil essa coisa de ser tão cheio de amigos. Até pq eu acho Roberto Carlos meio babaca qdo canta "Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar..." Ahhh e ele já se declarou um solitário. Coisas da vida! Ultimamente pouca coisa tem me deixado feliz, mas acho que faz parte. Tenho uma filha adolescente que me enlouquece, mas que é meu ar. Um trabalho que eu gosto, mas que me frustra às vezes, pq não consigo alcançar todos os objetivos que traço. Não acho a vida complicada, não acho as pessoas complicadas, não vejo complicação em nada. Sou cristã. Amo a Deus sobre todas as coisas, creio na Bíblia como regra de fé e conduta e não me envergonho de assumir isso em tempos de moda ateística. Tenho me desapegado de algumas coisas e isso tem me feito bem. Sou sensível, mas não sou piegas. Não banalizo o "te amo", não digo a qualquer um. Me afasto de gente que me conheceu ontem e me manda emails, recados no Facebook dizendo q me ama. E mesmo quando amo, quase nunca sei demonstrar. Mas dou indícios. Sou mais de cuidar. Sou atenciosa. Sou estranha. Sou dessas. Poucos me conhecem ou sabem lidar comigo. Em contrapartida, alguns sabem até o que eu vou falar, somente pela maneira como pisco, ou pela tremidinha no lábio superior. Isso é amor. É amizade. É conhecer. Tenho predileção por gatos, seres astutos, de alma e beleza feminina. Mas que viveram e ainda vivem na marginalidade. Poucos gostam. Os cães são os preferidos. Gosto também, mas acho que são meio retardados. Como os homens. O primeiro que amei, meu pai, é doce, tem olhos de corsa, atitudes de um gentleman, fala manso e me ama em silêncio. É tímido. O último, é um doce, tem olhos de corsa, atitudes de um gentleman e também me ama em silêncio. Esse é livre. Os homens são assim. Não são de fazer alarde quando o assunto é amor. A gente que perde tempo gritando, ensurdecendo-os com nossos apelos loucos. Não sei se sou incomum, ou se sou comum demais. Sou mulher. E adoro poder me dar ao luxo de enlouquecer de vez em quando e colocar a culpa na TPM. De poder escrever coisas sem me preocupar com o que os outros vão pensar. Os homens têm sempre tanta censura em si. Tanto medo de falar... Eu me aproprio do direito de ser eu mesma, de ser quem eu quiser ser, de falar o que eu quiser falar. Me aproprio da obrigação de ser sempre mulher.




 

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