Tempos de Adolescente



Em 2010 James Franco publicou um livro semi-autobiográfico cujo tema eram as desventuras de um grupo de amigos do colegial que passavam a maior do tempo fumando maconha, gastando o dinheiro dos pais e se alcoolizando em festinhas classe média alta californiana. Três anos depois ele resolveu levar o trabalho para as telas de cinema, ajudou na produção e deu a direção para minha xará Giancarla Coppola, neta do Mestre Francis Ford Coppola, e sobrinha da grande cineasta Sofia Coppola.

O que a jovem diretora tinha em mente (com apenas 28 anos de idade) era fazer um trabalho alternativo, sem grades pretensões ou recursos. Reuniu um grupo de atores novos e contou com a participação de Franco e Val Kilmer pra dar um peso no elenco. E o resultado não é ruim, Palo Alto se foca exclusivamente na realidade triste e monótona de um momento na vida, ou melhor, na idade, em que pessoas não têm outro interesse além de ficar chapado e querer aparecer. É nesse pano de fundo regado a drogas e álcool que  Gia Coppola se adentra nos sentimentos, usa como núcleo dois personagens que se gostam para através deles traçar o mosaico dos demais adolescentes, fazendo um leitura um bocado desleixada sobre solidão, isolamento e a dificuldade de comunicação com a família e os educadores. O roteiro é bem escrito, chega a dar dó tanto da menina carente que por suas escolhas acaba taxada de puta, quanto das dúvidas da aluna correta que acaba se confundindo sobre sentimentos que afloram cedo demais.
A nova Coppolinha consegue fazer seu dever de casa, o filme tem uma boa fotografia, uma trilha sonora que encaixa e um desenvolvimento coerente, malicioso, azedinho-doce.

Nota, 7,5

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