O Terceiro Assassinato


Nem sempre a relação entre advogado e cliente é amistosa, muitas das vezes estratégias de defesa não são unânimes, assim como são comuns às discordâncias entre quais testemunhas devem ser arroladas aos autos ou quais tipo de provas materiais podem ser utilizados sem prejudicar o que já foi apresentado no processo. Essa relação se torna mais tensa se o processo resultar em pena de morte ou prisão perpétua, especialmente onde a legislação admite que a confissão do homicídio pelo réu atenua a pena capital para a prisão perpétua. E é exatamente nesse ponto que começa a relação entre o famoso criminalista Shigemori e o acusado de latrocínio Misumi, que apesar de réu confesso, muda à versão do crime a cada visita do advogado.  Com a proximidade  do julgamento, e as investigações feita pelo próprio advogado do réu, diferentes versões do crime e da sua motivação vão surgindo, e a cada dialogo e decisão, velhas questões filosóficas sobre o bem e o mal, criminalidade e ética profissional, são postas para nos fazer rever conceitos. Apesar de lento e um pouco confuso (o roteiro é cru e não toma partido de nada), o filme é bonito e cumpre o papel de deixar o espectador com mais dúvidas que certezas.  Direção segura de Hirokazu Koreeda, que mais uma vez dá razão à crítica em lhe eleger um dos diretores mais importantes da nova geração do cinema japonês.  Está em cartaz em alguns cinemas, e participou da seleção oficial da mostra competitiva do Festival de Cinema de Veneza do ano passado. Nota 8.0

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