Sangue e Mel (by Fabi)


Há muito que o cinema deixou de ser meramente um lazer domingueiro, para se tornar instrumento cultural na vida das pessoas. Existem filmes que nos impulsionam violentamente rumo à História, que nos faz parte integrante dos conflitos sociais, étnicos e políticos a que a humanidade vem sendo acometida há décadas. Foi assim com a Lista de Shindler de Spielberg, Diamante de Sangue de Edward Zwick, Diários de Motocicleta de Walter Salles, O Último Rei da Escócia de Kevin Mcdonald. São filmes que nos remetem e inserem no contexto histórico da humanidade e nos motiva a refletir.
Recentemente, assisti à estréia de Angelina Jolie do outro lado das câmeras, dirigindo o longa In the Land Of Blood and Honey (Terras de Sangue e Mel) e me comovi com a história que descreve cruamente o terrível massacre nos balcãs, ou a Guerra da Bósnia Herzegovina, se preferir. O fim da República Federal da Iugoslávia, que lavou a Europa por 3 anos num mar de sangue, sendo o maior conflito da Europa depois da 2ª Guerra, deixando mais de 1 milhão de refugiados, cerca de 200 mil vítimas entre civis e militares, nas quais 65% eram muçulmanos bósnios, 25% sérvios e 8% croatas.
Dentro dessa realidade vil que devastou o Velho Continente, Angelina Jolie, que tem lá suas convicções humanitárias, dirige um filme sem qualquer tipo de estrelismo pessoal, mas com muita honestidade e neutralidade, mostrando as atrocidades do genocídio, dos campos de concentração, as mais de 50.000 mulheres violadas durante o conflito, a limpeza étnica e em meio a tudo isso, o romance entre um oficial sérvio e uma pintora bósnia e muçulmana, separados pela barreira do conflito. Jolie em nenhum momento "americaniza" a história, tanto que o filme todo é falado no idioma local, com atores dos países em questão.
Eu gostei do filme. A mim me pareceu um filme-denúncia que consegue alcançar o que se propõe a mostrar.
Recomendo.

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