Violeta Parra (by Gian)


Depois de quase um mês assistindo aos concorrentes ao Oscar deste ano – já que eu não queria acompanhar a cerimônia nem um pouco desatualizado – volto a minha rotina de filmes não falados em língua inglesa, alguns premiados outros nem tanto.

E já começam os socos no estômago desde cedo. Fiquei meio acostumado com os estilos que concorrem ao mais famoso festival do mundo e me peguei aos prantos logo na minha primeira investida diferente: “Violeta foi para o Céu”, película chilena do grande diretor Andrés Wood que conta à história de um dos maiores talentos artísticos do país, a grande Violeta Parra, que além de compositora e fundadora da Música Popular chilena, era cantora e artista plástica.

Mulher de fibra e luta, com sua vida sempre dividida aos extremos: Do fracasso ao sucesso, do amor ao ódio, da alegria a tristeza, Violeta sofreu com injustiças sociais, com amor, com a perda de um filho e com o preconceito de ser de um país pobre. Talentosa em vários ramos culturais, mas com uma dificuldade tremenda em lidar com emoções. O filme vai te cativando pela bela música, pela ousadia de Violeta, e pela impressionante interpretação de Francisca Gavilán. A fotografia é linda, e o roteiro não linear nos coloca na vida da artista em vários momentos diferentes, sem atrapalhar o andamento da história.

Em um momento no filme, quando lhe questionam: “se tivesse que escolher apenas um talento, qual escolheria?”, e ela responde que “prefere ficar com as pessoas a ter qualquer talento, afinal, foram às pessoas que deram origem aos seus talentos”, a gente percebe que Violeta não quer ir para o céu, lá é um lugar para puritanos, de mau gosto, cristalino. Ela é sangue, suor e casca grossa. Violeta está aqui conosco! Vencedor de melhor filme estrangeiro em Sundance.

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