Cães Selvagens (Dog Eat Dog)

Paul Schrader é um nome de respeito em Hollywood. Ele foi roteirista de dois dos principais filmes de começo de carreira de Martin Scorsese, os sensacionais “Taxi Driver” e “Touro Indomável”, e mais pra frente ainda assinou o roteiro de outros dois filmes do diretor, “A Última Tentação de Cristo” e “ Vivendo no Limite. Schrader escreveu filmes para Brian de Palma, Sidney Pollack e Peter Weir, todavia, nunca brilhou como diretor, nunca dirigiu muito bem seus próprios scripts. E dessa vez não foi diferente, “Cães Selvagens”,  onde assina o roteiro em parceria com Matthew Wilder, da até a impressão de termos uma história boa em tela: três parceiros de crime que se ajudavam na prisão recebem uma ótima proposta de dinheiro para sequestrar um bebê, que servirá de extorsão para um outro grupo de criminosos, mas os planos dão errado desde o começo. Todavia, o que dá mais errado, é a forma com que Schrader mostra a história. Para começar, o filme tenta, sem nenhum sucesso, ter um formado parecido com os primeiros filmes do Quentin Tarantino: estilo informal que mistura tons e estética sem determinado nexo causal, violência gratuita e sangue explícito. Faz uso de uma história que quebra esquemas e previsões,  com surpresas a cada cinco minutos nas atitudes dos três bandidos. Contudo, ao contrário dos vilões carismáticos de ”Cães de Aluguel” e “ Pulp Fiction”, os personagens aqui tem reações demasiadamente  inverossímeis, e a inteligência dos policias que os perseguem fazem vergonha até mesmo aos fãs dos jogos de Vídeo Game GTA. Nicholas Cage se esforça e está bem, mas é engolido pela interpretação monstruosa de Willem Dafoe, uma das únicas coisas que valem a pena no filme.
Nota 3,0

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