Menino 23


Nos escombros de uma velha fazenda em uma cidade no interior de São Paulo, foram achados inúmeros tijolos gravados com a suástica nazista. O historiador Sidney Aguilar, curioso com o fato, fez uma profunda investigação e descobriu um fato aterrador: Na década de 1930, uma influente e abastada família com terras naquela região, foi até a cidade do Rio de Janeiro, mais precisamente no orfanato Romão de Mattos Duarte, e “adotou” cerca de cinquenta crianças, todas elas negras. Ao chegar na fazenda, longínqua de qualquer povoado, e rodeada de mato, elas foram tratadas como escravas e obrigadas a trabalhar em troca de comida. Trabalhando de sol a sol, sem remuneração, recebendo educação precária e sendo submetidas a castigos físicos em caso de indisciplina, as crianças eram obrigadas e vestir uniformes similares aos de membros da SS, e a cantar o hino de uma organização de extrema direita simpatizante de Hitler. O diretor Belizário Franca faz um trabalho belíssimo ao localizar e entrevistar os dois últimos sobreviventes desse momento de escravidão em plena era Vargas, que passaram o restante da vida tentando esquecer a infância perdida. Levou os prêmios de melhor roteiro e melhor montagem no 26º Cine Ceará. Nota 8,5

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