Tempo...(by Fabi)

Madrugada, constante companheira de reflexão...
O sono decidiu me abandonar...
Sonhar... Já não sonhava fazia tempo....Essa noite sonhei com uma cama que já não é mais minha...com uma casa que já não é mais minha, com um sorriso que já não tenho, com uma coisa batendo forte em meu peito, que parecia que ia explodir. Era meu coração. Eu ainda tenho e ele bate acelerada e urgentemente...
Acordei com um gosto amargo na boca, a cabeça latejando e uma sensação de que melhor teria sido, continuar a dormir...
Tem dias que abrir os olhos pela manhã dói. Hoje foi um desses dias. Como um grito preso na garganta, como a folha de papel quando se rasga, ou um corte que se faz na pele, ou o barulho oco da chuva que bate no telhado abaixo da minha janela, assim é o meu despertar: sem sentido, direção, ou como um daltônico, sem cor.
A vida não deixou de valer a pena, ser bonita ou essencial, apenas nublou. Sabe aquele dia de sol à pino, quente, convidativo, com céu azul, que de repente, não mais do que de repente, nuvens escuras o tomam, mas que vc sabe que por trás das nuvens os sol ainda brilha e elas passarão? Assim tem sido...
O tempo é meio ingrato comigo. Pretencioso e arrogante, insiste em movimentar-se à seu bel prazer, teimando em me obedecer. Tempo, temperamental, tempo...
Mas eu sei dribá-lo. Já o fiz antes. Faço sempre.
E enquanto essa dor não passa na mesma velocidade do tempo em que insisto em driblar, eu espero.
Só espero...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"Sabina K"

Perda, envelhecimento, pouca funcionalidade social.

O Capital