A Caixa (by Gian)


Um velho de terno, gravata e chapéu, e com a metade do rosto deformado bater na sua porta e deixa com você uma caixa preta com um botão vermelho no meio. Você tem 24 horas para decidir se aperta ou não o botão. Se apertar você recebe um milhão de dólares, mas alguém que você não conhece vai morrer na hora em que você o fizer. Você apertaria? Inicialmente, essa questão levantada nesse terceiro filme do Diretor Richad Kelly, nos parece Hitchcockiana, ou talvez pros mais novos lembre os roteiros de Danny Boyle, em que quase sempre o poder do dinheiro corrompe a moralidade. Um começo promissor de filme, já que havia bastante interesse de público e crítica na obra em questão, pois Kelly iniciou sua carreira com o Brilhante cult Donnie Darko“, mas peidou feio na farofa no seu segundo longa “Southland Tales: o Fim do Mundo”.

Bom, mas infelizmente “A Caixa” não se firma no roteiro. Ao tentar mesclar ação e suspense barato com questionamento filosófico o diretor se perde, e não se acha mais. E o que era pra ser uma resposta aos “por quês” das atitudes egoístas do ser humano em se beneficiar, mesmo sabendo que suas escolhas podem ajudar no fim da espécie, acaba nos deixando com mais dúvidas do que garantias. E não estamos diante de uma obra existencial de Buñuel ou Lynch. E ao término da sessão ficamos apenas com duas certezas: a de que Ricahrd Kelly é um simples mortal que deu sorte no seu primeiro filme, e dificilmente se firmará na sétima arte, e também a certeza de que ele fuma maconha.

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